Pra quem já participou de campanhas para a Nike, Disney, Samsung, Nivea, Harley-Davidson, Nestlé, Mizuno, Fiat, Kaiser, NET, BMW, SKY e Brahma, responder algumas perguntas para o blog foi muito simples. Deve ser por isso que ele topou na hora e respondeu no mesmo dia. Valeu, Romanetto.
E se você ficar com alguma dúvida é melhor ir perguntar lá no Posto Ipiranga. Brincadeira. Comenta o post que a gente conversa.
Boa leitura.
1. Fale um pouco sobre sua trajetória como redator. Em 2002 você foi Young Lions, certo? Este prêmio mudou sua carreira?
Eu comecei como estagiário de redação na Giovanni,FCB, em 1998, graças ao Daniel Goltcher, que viu a minha pasta e resolveu mostrar para o Luis Lobo, diretor de criação na época. Só sai de lá 12 anos e meio depois, passando por 11 mudanças na direção de criação. O que foi bom, porque mudei de agência sem sair da agência e sem perder a vaga no estacionamento.
Quanto ao Young Lions foi um prêmio muito importante sim, mas não mudou minha carreira. Eu não recebi nenhuma proposta de emprego por causa dele. Porém, ele é uma conquista inesquecível por n motivos. Primeiro, para o ego. Para quem não gosta de perder nem no par ou ímpar como eu, faz um cafuné danado. Segundo, porque fiz amizades com Youngs que, provavelmente, eu nem conheceria hoje se não fosse o prêmio. Terceiro, para mostrar que se você não continuar tentando, o Young vira só mais um prêmio na sua pasta e você não consegue mais nada. Tipo ex-soldado do Vietnã, que só é lembrado na hora das festas comemorativas. Quarto, não se ache a última bolacha do pacote porque você foi Young e o seu colega do lado não. Pernil, Erick Rosa e Keka Morelle sentavam do meu lado e não foram. E olha o trabalho que os caras fazem hoje.
2. A Talent, além de criativa, é conhecida pelo forte planejamento, pois Julio Ribeiro é um dos sócios. Como o planejamento influência no trabalho do redator?
O planejamento, quando bem feito, mostra o caminho que você deve seguir, sem firula, horóscopo de marcas, fábulas longas que mais complicam do que ajudam. Fazendo um paralelo, imagine que você vem de carro de Valinhos para São Paulo e cai na bifurcação Anhanguera x Bandeirantes. O planejamento é o co-piloto que diz qual das duas você deve pegar, de preferência de maneira curta e direta. E não aquele cara que fica te explicando que os Bandeirantes foram importantes porque desbravaram o interior e Anhanguera é um nome indígena que significa Diabo Velho. Na hora de virar o volante isso não ajuda em nada.
3. O que realmente importa na hora de avaliar a pasta de um candidato a estágio?
Se eu não estou fazendo nada errado acho que ainda são as boas ideias, mas pode ser que eu esteja comendo bola.
4. Existe alguma dica para um redator jr. que deseja subir para pleno?
Eu não vejo muito essa coisa de carreira aqui na agência não. Pelo menos de jr. para pleno, de pleno para sênior. Geralmente, isso vai de você resolver bem os seus jobs. Se fizer isso direito, naturalmente, eles sobem de responsabilidade e você sobe junto.
5. É fácil ter uma grande ideia e ganhar um leão ou é melhor eu perguntar isso lá no Posto Ipiranga? (risos)
Cara, melhor perguntar lá no Posto Ipiranga. E se eles te contarem divide com nois.
6. Hoje em dia tem profissional que só valoriza ação/spot/filme em pasta se eles foram produzidos. Em sua opinião, vale a pena apresentar uma boa ideia que ainda está no papel?
Para não me contradizer da pergunta número três vale sim, mas depende do seu nível de trabalho. Para quem está começando, é compreensível e aceitável. Para quem já tem 10 anos de estrada e só tem ideia boa no papel pode gerar desconfiança. Afinal, não dá para culpar seu chefe e o cliente por uma ideia não sair 100% das vezes ou por sair mais ou menos. Se suas ideias não saem do papel onde você está procure outro lugar.
7. Se você estivesse começando na profissão hoje, o que perguntaria para o David Romanetto, redator da Talent, e qual seria sua resposta?
David, iniciante: “Cara, você tem o telefone do Eugênio Mohallem? Queria mostrar minha pasta pra ele.”
David, da Talent: “Putz, infelizmente não. Mas se conseguir divide com nois?”
David Romanetto
Redator da Talent
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