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Cannes 2011 | Grand Prix em Press

Enquanto você viaja no paraíso a sua mala pode estar no inferno! Esta é a idea que premiou a JWT Xangai com o Grand Prix em Press. O anunciante é a Samsonite. E a direção de arte impecável.

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– Confira também o GP dos anos anteriores.

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Entrevistas

Entrevista com Pedro Guerra

Na casa de um amigo do Pedro Guerra tem um quadro com uma frase que diz: não há propósito em escrever algo se não for para irritar alguém. Hoje, vamos adaptar para o blog desse jeito: não há propósito nesta entrevista se não for para incomodar você positivamente. Isso mesmo, espero que esta entrevista incomode você da melhor maneira possível. Pois, da DPZ até a Loducca, Pedro Guerra tem ótimas histórias e dicas para contar. Confira.

Boa leitura e bom aprendizado.


1. Fale um pouco da sua trajetória e seu início em São Paulo. Você começou sua carreira em Fortaleza, certo?
Na verdade eu comecei estagiando na DPZ, em 1998. Num daqueles estágios de duas semanas em que você gira pela agência inteira. Perguntei se eu podia ficar as duas semanas só na criação, e eles toparam. Passei uns 9 meses, e voltei para o Ceará. Queria morar lá. Acabei regressando em 2004, junto com o Kleyton Mourão, que veio a ser meu dupla por 11 anos. Entramos aqui numa agência de mídia e conteúdo chamada Synapsys, mas a gente queria propaganda-propaganda mesmo. Era a época em que o Átila Francucci tinha saído da Fischer pra JWT e levado alguns criativos com ele. E nessa clareira, tinha espaço pra dois cearenses.

2. A Loducca é a primeira agência em que você trabalha como diretor de criação? Como foi a mudança de redator para DC?
Eu nunca havia sido diretor de criação. E francamente não tinha a menor intenção de ser. Foi uma combinação de oportunidade, de gostar da proposta do Guga Ketzer e da promessa de não deixar de colocar a mão na massa. Eu queria continuar criando. Ajudou muito o fato de que duplaria com o Marco Monteiro, um cara com um trabalho sensacional, além de ser gente finíssima.
A mudança de redator para diretor foi tranquila, na verdade. Não tem muita novidade, afinal eu convivi com diretores de criação durante onze anos – o trabalho não era segredo. Procurei – e ainda procuro – tentar não repetir alguns dos erros que me irritavam muito quando eu estava do lado de lá. Não acho, por exemplo, coerente reclamarmos das infinitas instâncias de aprovação nos clientes e repetir a mesma prática no lado de cá do balcão. E o Guga também tem esse perfil desburocratizante, o que facilita. E tento deixar as pessoas tranquilas na criação. A gente passa muito tempo junto, longe da família e sob a pressão natural da nossa profissão. A última coisa que eles precisam é de um chefe com estrelismos. E, como eu costumo dizer, um diretor de criação que não atrapalha já é meio caminho andado para um bom trabalho.

3. Revista congelada, anúncio asfalto e anúncio bafômetro*. Foi mais difícil criar ou aprovar essas ideias?
Eu não participei diretamente da criação do anúncio-asfalto e do bafômetro, mas fiquei a par do processo inteiro. Aprovar é mais fácil, sem dúvida. E a facilidade vem do fato de que todos esses anúncios são uma resposta concreta (literalmente), objetiva, didática e impactante a uma solicitação do cliente. Se o grande diferencial de uma cerveja é que ela permanece mais tempo gelada, por que não entregar um anúncio gelado? Não há como dizer não. O grande entrave é a produção e o custo. Se é viável, um abraço.

4. O que realmente importa na hora de avaliar a pasta de um candidato a estágio?
Ou o cara tem sensibilidade para o ofício ou não. Não fica muito longe disso. Alguns chegam num nível mais maduro, outros ainda chegam meio crus, mas de cara dá pra ver se o candidato sabe como fazer um anúncio. Obviamente, já vi pastas de tudo que é jeito: boas, ruins, profissionais, equivocadas… Mas geralmente – e felizmente – as pessoas que me mostram pastas tem certeza do que querem e já têm noção do que é boa propaganda – se ainda não sabem criar, já sabem pelo menos reconhecer. Isso em relação à avaliação da pasta. Avaliação pessoal é outra história. Já recebi um cara que não queria deixar uma cópia da pasta comigo, talvez por imaginar que eu fosse roubar suas as idéias. No mês passado um rapaz trouxe o pai a tiracolo. Constrangedor. Tem que ter um mínimo de bom senso, né? Mas esse tipo de comportamento já não é tão comum. Já passou a era dos desavisados – ou se não passou, estamos indo nesse sentido.

5. Após entrar em uma grande agência, o que não fazer para se dar bem?
Respeitar as boas normas de convivência em sociedade ajuda. Criação é um ambiente muito delicado, as pessoas necessitam do suporte do outro para desenvolver um trabalho. Confiança é fundamental, imprescindível, primordial. Não ser inoportuno, inconveniente, intransigente, arrogante e prepotente é uma lista bem concisa mas abrangente dos “nãos” que a gente deve procurar. Mas o que não fazer é tão importante quanto o que fazer. E comprometimento com o trabalho, responsabilidade, saber trabalhar em grupo entram nesse quesito. O papel de um criativo vai muito além de criar. Então, ficar trancado na salinha e entregar a campanha pro atendimento se virar é algo que não existe mais – se é que existiu algum dia. Tem que ir lá vender, apresentar, ajudar a produzir, questionar a mídia, questionar a produção, questionar o cliente… Isso sem falar da eterna e infinita tarefa de trabalhar além do que é pedido. Um redator e um diretor de arte que não criam além do que se pede estão fora do jogo.

6. O que é uma boa referência para você? Aproveite e dê uma dica pro pessoal de livro, filme, banda ou o que você quiser.
Não existem boas ou más referências, existem referencias, ponto. Até porque o bom e o mau são ditados pelo que se convencionou de se chamar de bom gosto. E o que se convencionou chamar de bom gosto é, hoje no Brasil, aquilo que é chancelado pela Glorinha Kalil, é aquilo que sai na coluna Estilo de Caras. E aí? Como ficamos? Não creio que Caras tenha conhecimento do tecnobrega no Pará e do sucesso que as aparelhagens de som fazem lá, mas centenas de milhares de pessoas vão todos os fins de semana nas festas ouvir o DJ Cremoso. Certamente, para esse montão de gente, o DJ Cremoso não é uma má referência.
Fundamental para a construção do arcabouço de referências de uma pessoa é a formação que ela teve. E isso vem dos pais, dos amigos, da escola. Se ela não se abriu para o mundo quando tinha oportunidade não vão ser dois ou três livros que vão colocá-la de volta nos trilhos. Então, na esperança de ter um garoto de sete, oito anos lendo a minha entrevista, eu torceria para que as pessoas com as quais ele convive não tenham preconceitos e sejam abertas para todas as formas de expressão e produção cultural.

7. Se você estivesse começando na profissão hoje, o que perguntaria para o Pedro Guerra, diretor de criação da Loducca, e qual seria sua resposta?
Ainda é legal trabalhar em propaganda? Sim. Na maioria das vezes é frustrante e cansativo, e as responsabilidades só aumentam. Mas é ainda uma das poucas (e acessíveis) profissões que te pagam relativamente bem para se divertir.

8. Deixe um recado, em 140 caracteres, para todos os leitores.
Na casa de um amigo meu tem um quadro com uma frase em inglês que diz o seguinte: não há propósito em escrever algo se não for para irritar alguém. Acho que dá pra adaptar para propaganda desse jeito: não há propósito em criar algo se não for para incomodar alguém.

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Pedro Guerra
Redator e diretor de criação da Loducca


*Anúncios mencionados na entrevista:

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Opinião | Dicas

The Top 20 copywriters in the world in 2010

Tem brasileiro no ranking. Parabéns André Kassu.
Lista publicada pelo The Big Won.

Copywriter Agency Points
1. Carl Fredrik Jannerfeldt Frafar Stockholm 242
2. Adam Reeves BBDO New York 189
3. Martin Lundgren DDB Stockholm 175
4. Brandon Henderson Y&R New York 167
5. Cristiano Tonnarelli JWT Italy 151
6= Valerie Chidlovsky BERTC Euro RSCG Paris 140
6= Daniel Fisher Leo Burnett London 140
8. Patricio del Sante Del Campo Nazca Saatchi 137
9. Andre Kassu Almap BBDO Sao Paulo 129
10= Wade Alger The Martin Agency 119
10= Gregg Nelson Arnold Worldwide 119
12. Simon Vicars DDB New Zealand 116
13= Shahir Zag Y&R Dubai 113
13= Ali Ali Elephant Cairo and Advantage 113
15. Will Chambliss Arnold Worldwide 110
16= Peter Gocht Jung von Matt Hamburg 108
16= Andreas Henke Jung von Matt Hamburg 108
18. Komal Bedi Sohal Y&R Dubai 105
19= Eric Kallman Wieden+Kennedy Portland 104
19= Jean-Christophe Royer BETC Euro RSCG 104
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Opinião | Dicas

Um bom título começa no ponto final.

Não encare este artigo como uma regra, mas afirmo que um bom título começa no ponto final e, mesmo que você discorde, existe uma lógica para o título deste post. Todo anúncio com apelo racional deve fazer o consumidor pensar. Certo? Certo. Então o ponto final é apenas o início do raciocínio do Sr. Consumidor. Quando você for escrever um título ou um texto publicitário, reflita sempre no que o seu consumidor irá pensar depois de ler o que você escreveu. Afinal, o raciocínio do consumidor começa bem após o seu ponto final.

Confira abaixo alguns exemplos:

2308_jwt

8022

23838_lewlara

cancer_cures

folha_sp_w

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De ontem para hoje a redação mudou?

O quanto mudou a forma de escrever propaganda de ontem para hoje? Os anúncios abaixo são de 1976 e 1977, leia e compare com outras propagandas impressas que foram publicadas no blog ou que você viu em outro lugar. Então responda, mudou? Tire suas conclusões, mas lembre-se que estamos falando da redação e não da direção de arte.

Agência: Almap
Redator: Alcides Fidalgo

Agência: JWT
Redator: Alberto Djinishian / Hans Dammann

Agência: Gang
Redator: Paulo Ghirotti

Agência: MPM/Casabranca-Rio
Redator: Gilberto dos Reis

Duas conclusões minhas: hoje não há tanto espaço para argumentos e o conceito é mais valorizado, muitas vezes vira o próprio título.